sábado, 27 de novembro de 2010

Oh! Páginas de vida que eu amava

Oh! Páginas da vida que eu amava,
Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!
... Ardei, lembranças doces do passado!
Quero rir-me de tudo que eu amava!



E que doudo que eu fui! como eu pensava
Em mãe, amor de irmã! em sossegado
Adormecer na vida acalentado
Pelos lábios que eu tímido beijava!



Embora - é meu destino.
Em treva densa
Dentro do peito a existência finda
Pressinto a morte na fatal doença!



A mim a solidão da noite infinda!
Possa dormir o trovador sem crença
Perdoa minha mãe - eu te amo ainda!

-Álvares de Azevedo.

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